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Channel: Olhos da Borboleta
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Jane

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Reli Jane Eyre. É um daqueles livros que se constrói dentro da gente. E fica um bocado cinza e frio em certos momentos. Até chove dentro de mim. Mas vale a pena. Se alguém me perguntasse, diria que Jane Eyre é um livro sobre recomeços. É um texto que envolve pelo conteúdo (tem bem delineadas críticas aos padrões sociais, ao lugar destinado à mulher, às relações interpessoais do séc. XIX) quanto pela forma. É a jeito como as coisas acontecem – e não só as situações em si – que nos conduzem pelas variadas emoções: indignação, empatia, pena, raiva, esperança, desilusão... e por aí vai. É um livro ousado: apresenta uma personagem feminina coerente com seus princípios e que busca a autonomia de forma persistente. É um livro hipnótico: cheio de reviravoltas, surpresas, cenas cruciais, personagens complexos. E ainda tem romance, daqueles envolventes, complicados e inesquecíveis.


“Tem-se as mulheres como entes passivos, e elas, todavia, sentem tanto quanto os homens. Tanto quanto os seus irmãos necessitam de campo onde exercitem as suas faculdades. As mulheres penam nos constrangimentos exagerados, na inércia absoluta, precisamente como os homens sofreriam nas mesmas condições. E é pobreza de espírito dos seus privilegiados companheiros dizer que elas devem se limitar a fazer pudins, cerzir meias, tocar piano e bordar almofadas. Condená-las, ou ridicularizá-las se agem ou aprendem mais do que o preconceito permite ao seu sexo - constitui uma insensatez”. 


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